segunda-feira, outubro 04, 2004

Coerência Espírita

O objetivo deste blog é o de fornecer um espaço para a publicação ou transcrição de textos e artigos que façam uma reflexão sobre o Espiritismo e seus caminhos no Brasil e no mundo, sobretudo buscando uma análise crítica quando for detectada uma oportunidade em se retomar a coerência espírita que por vezes é deixada de lado em nome de conceitos estranhos à Doutrina.

Não temos a intenção de converter ninguem à nossa maneira de refletir o Espiritimo, assim como não temos a ilusão de estarmos corretos enquanto as demais pessoas estão erradas, mas temos sim a pretensão de mostrar que existe uma alternativa na reflexão espírita, a qual acreditamos ser mais próxima à coerência com os princípios doutrinários. Se os leitores quiserem aderir à essa maneira de pensar, ótimo. Caso não queiram, excelente, continuarão sendo livres para pensar como desejarem.

7 comentários:

Moura Rego disse...

O QUE DIZ A DOUTRINA

É interessante como termos vão se enfileirando no cenário espírita, e muitos os começam a usar, como se de verdade fizessem parte do linguajar espírita. Dois desses traduzem fenômenos muito comentados e pouco entendidos. O primeiro é o “Viagem Astral”:
É incrível como muitos espíritas os usam até em palestras, quando se repensassem, não o usariam, pois, para mim soa-me como motivo de risos...
Viagem astral seria como se pegássemos um aeróbus e passeássemos, fazendo baldeações na lua, no sol, nas estrelas, dessa maneira estaríamos a fazer uma viagem astral por excelência.
Que os esotéricos os usem, ou mesmo os teosofistas, muito que bem, mas espíritas, e espíritas palestrantes? É matizar de bobagens, o cenário em que deveriam aparecer, ensinamentos que conduzissem o público ouvinte ou leitor a maior aprendizado doutrinário.
Não é sem razão que o famoso José Herculano Pires, atesta que ninguém no Brasil ou no mundo, conheça o Espiritismo. Herculano, nos incita até mesmo a providenciarmos o MOBRAL do Espírito, para que, dessa maneira, pudéssemos, ao rigor da máxima de Sócrates, nos entender desconhecedores da doutrina e desse ponto em diante, colocarmo-nos a caminho do aprendizado, partindo das primeiras letras da doutrina.
Então eu pergunto: Por que isso? Modismo, atualização vernáculo-doutrinária, ou simplesmente brincadeira de mau gosto?
Seja o que for, compete-nos, espíritas que somos, não difundir impropriedades ou sandices, pois em nome de um pretenso saber espírita, empalidecemos o Movimento Espírita brasileiro, e ele já anda tão exangue...
O Outro termo é o “DESDOBRAMENTO”. Esse então chega a causar dor de barriga de tanto rir, querem ver?
Desdobrar evoca o pensamento de estar o móvel do desdobramento, anteriormente dobrado, é sim, tipo como se fosse uma folha de papel, um bilhete de loteria, uma carteira...
Ora, um espírito não é um ser dobrável, nunca assim esteve, a não ser em linguagem figurada, quando se quer explicar que tal e tal espíritos se dobraram ante aos maus pensamentos etc. Ora, em não sendo assim, falar-se em desdobramento e o pior, duplicando-se a sandice, afirmar-se sobre “desdobramento astral”, seria dar-se aos astros, também essa maneabilidade flexível que eles não têm.
E isso tudo em moldes doutrinários, pasmem os amigos...
Kardec, que pelas palavras de Flamarion,foi brindado com o cognome “O Bom Senso Encarnado”, haverá de ter-se “dobrado”no túmulo, de vergonha por ver a doutrina que levou quase doze anos para codificar, das comunicações dos espíritos, ser levada ao ridículo por uma meia dúzia de gatos pingados, que não acham “nada demais”, em usarem tais expressões. É triste...
Ele, cunhou um termo específico que alude aos dois termos acima, e diz com propriedade sobre esse tipo de acometimento, o termo é: Emancipação da Alma.
Para esse estado, o codificador elencou todo o capítulo VIII da Obra o Livro dos Espíritos...
É nesse estado, o de Emancipação da Alma que consegue-se estar afastado do corpo carnal, e pode assim o espírito dar curso a seu aprendizado, visitar os que lhe são caros etc.
Eamancipação da Alma, termo genuinamente Espírita, termo que explica clara e sem margem a dúvidas o momento pelo qual passa o espírito.
A vista disso é que não compreendo o porque se usarem os tais, “Viagem Astral”ou o tal do “Desdobramento”.
Se um dos leitores me puder explicar, por favor faça essa caridade, senão vou continuar a pensar que esses confrades palestrantes, estão é a viajarem, não no Astral, mas na maionese!
Muita Paz,
Rio de Janeiro, 04 de setembro de 2004
Raimundo de Moura Rêgo Filho

Cesar disse...

Peraí gente! Moura, você precisa aceitar o convite para se cadastrar no Blogger.com e dai voce comeca a postar o texto diretamente no blog, e não como um comentario!

Moura Rego disse...

Amigo Olaf,
Que eu conheça e que já tenha estudado, não existe um dicionário de conceitos espíritas. O mais perto disso é uma coletânea de termos usados na doutrina, feita pelo Carlos de Brito Imbassahy.
Acredito ser bem difícil que esse dicionáio venha a existir, isso sem que qualquer corrupção seja nele inserida, pois é sabido que "quem conta um conto, acrescenta um ponto", não é mesmo?
Assim vale o disposto no item dois da introdução ao ESE: Estando nas páginas codificadas, o termo é espírita, não estando, necessitará de um CUEE, se não vier por algum Espírito Revelador.
Abração,
Moura

Moura Rego disse...

Olaf,
primeiramente as desculpas deste novato que esqueceu-se de responder a outra pergunta, então vamos lá:

As palavras ou denominações "Viagem Astral", "Desdobramento", são escutados e lidos hoje, sem a menor cerimônia, nas palestras e escritos de pessoas que se dizem Espíritas.
Desculpem-me a dureza de minhas palavras, mas esse "se dizem" é mesmo verdadeiro, porque tais pessoas se fossem realmente Espíritas não modificariam texto codificador para interpor termos alienígena a doutrina e mais, que rigorosamente não querem explicar o que a Espiritualidade e o codificador disseram, quando para deixarem o tema aclarado deixaram escrito o Capítulo "Emancipação da Alma".
dizem alguns que "em nome da modernidade", esses termos podem e devem ser utilizados, porém, para que utilizarmos algo que não explica completamente, não diz claramente e o pior se afasta da doutrina quando se mete por via paralela a dizer que qualquer um o possa fazer, quanss=do se sabe que essa capacidade é notadamente anímica e que como tal, quem tem pode, quem não tem não pode e ponto. Para mim fica gritantemente explicado que estes são os modernos "vendilhões do templo", acumpliciados com a ignorância reinante no MEB, fazem de tudo e hoje as claras, para tornar mais ignorante este mesmo MEB.
Até em CEs, como o CELD aqui no Rio de Janeiro, ouve-se essa terminologia, porém, ainda bem que malucos como o Imbassahy, o Iso Jorge, eu e outros poucos como o Cesar aqui do Blog, ainda falemos muito contra esse estado de coisas que a julgar pela inação irresponsável da FEB, tende a se perpetuar.
Abração,
Moura

Anônimo disse...

Amigos, nós os espiritas não devemos julgar ninguem, nem rotula-los, como "os que se dizem", pois estamos todos a aprender,quanto ao fato de dar-se nomes disso e daquilo, devemos sempre saber a causa e não o efeito, neste caso a causa e o espirto poder "sair do corpo" e é isso que inerressa, e quanto ao nome que se dá isso não é importante

Anônimo disse...

A linguagem é uma coisa dinâmica. No decorrer do tempo muda, inexoravelmente, e nenhum dogma pode detê-la. Com a dinâmica do indioma os conceitos tornam-se mais abrangentes. Não sou profundo conhecedor do espiritismo. Diria-me até neófito. Não li os originais do LIVRO DOS ESPÍRITOS, mesmo porque não conheço o indioma francês. Mas o fato de se referir a expressões utilizadas por esoteristas e teosofistas como sendo "bobagens" é no mínimo incondizente com a doutrina espírita, pelo menos do pouco que conheço. Emancipação significa libertação, alforria, independência. Na dita emancipação da alma (espírito encarnado), o que ocorre é uma libertação parcial, vez que o espírito continua ligado ao corpo material pelo cordão prateado, portanto só ocorre a emancipação propriamente diata com a morte do corpo. Não permitir que se use outras expressões equivalentes é querer dogmatizar a doutrina, coisa tão combatida no meio espírita. Não estou tomando partido "viagem astral". Por sua vez, o termo DESDOBRAMENTO também pode ter a mesma conotação de emancipação, é só olhar um bom dicionário. A despeito de haver ou não um dicionário espírita, o dicionário Houaiss conceitua desdobramento como "no espiritismo, transe no qual o espírito do percipiente desloca-se e vai até outros lugares, distantes ou não, fora da dimensão tempo/espaço, e descreve o que vê e o que faz". Ouvi dizer que no espiritismo não há dogmatismo. Também já vi transcrições sobre trabalhos de Herculano Pires ao responder sugestão de Ubaldi sobre seu interesse em inserir as suas obras na doutrina. Pires foi altamente cortez, educado e em momento algum emitiu ofensas às idéias apresentadas. Recusou-as gentilmente.

Anônimo disse...

crepusculo é o caralho,filho da puta, merda, num sou obrigado a te engolir caralho de merda