sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Vamos parar de inventar?

Autor: Moura Rêgo (RJ/RJ)



Na verdade não sei quem começou, se Espírito ou espírito, mas urge recolocarmos o trem na linha.

Vivemos uma doutrina progressista, inteligente, antenada para o novo e ao por vir, que nada tem de anunciante do mal ou do pecado.

Dessa forma, as páginas das Obras Básicas, instrumento de estudo obrigatório a todos os espíritas responsáveis e sérios, resumem em seus ensinamentos, toda a gama de ações, atos e atitudes a serem observados, como também, as conseqüências morais que destes dimanam.

Ora, se existem notificações, noções, se existem capítulos inteiros nas Obras Básicas, versando sobre tais acometimentos, o descuro, o desconhecimento, ou mesmo a falta de vontade em pelo menos pensar sobre estes, é que forma o patamar de ação dos profitentes da doutrina ficando por conta destes mesmos, a justa paga não é assim?

Não sou dos que apregoam, aos quatro cantos os malefícios, as agruras, ou mesmo os acontecimentos danosos que poderão advir do descaso para com os ensinamentos deixados ao léu, até porque não encaro como obrigação, a não ser a moral, segui-los, e isso porque me lembro de um dos pontos mais básicos indicados nas próprias páginas de ensino doutrinário: A todos, o Supremo Arquiteto do Universo deu o LIVRE ARBÍTRIO.

É então, por obra desse Livre Arbítrio que o espírito encarnado há de se pautar, colhendo os louros da vitória, em seu justo andar, ou os ardores da dor, por seu descuro.

O carnaval, tema central deste, está então inserido entre uma das provas ou expiações que muitos hão ter de passar. A festividade de Momo, não tem sequer caráter maléfico, é como o nome diz, apenas uma festividade, embora queriam, alguns cultores das desgraças ou anunciantes do "Sobrenatural da Silva", afiançar que ao Espírita não seja dado o direito ou mesmo a faculdade de poder passar o "Tríduo Momesco", como ele entender, desejar ou quiser.

A pergunta que não cala nas mentes de todos é: Pode então o Espírita, estar a brincar sem se envolver nas nocivas correntes geradas pelos abusos de outrem no período carnavalesco?

A resposta redunda numa simplicidade sem nota: PODE!

Não é anti-espírita, anti-bem, ou anti-qualquer coisa, a alegria, a descontração, o usar sem excessos dos bailes ou das tantas bandas que tocam pelas ruas de nossas cidades.

Ah, mas existem aqueles que bebem, e se intoxicam de barbitúricos, que usam do sexo animalescamente.

Existem mesmo, e por existirem, você, seu filho ou eu e os meus, temos de também nos intoxicarmos da mesma maneira? Afinal, Existe o tal arrastamennto irresistível ? Se o amigo leitor é dos que acredita nisso, meu conselho é: Esqueça, não existe!

Quem diz isso é a mesma obra básica citada logo ao começo dessas linhas.

Pensemos juntos: é preciso que estejamos nos bailes, na sordidez das drogas e nos vícios em pelna rua, para que estejamos nos adoecendo? Claro que não. E aqueles que "zapeiam" em seus controles remotos da TV, a procurarem as cenas mais quentes dos bailes? E os que adoram ver os bailes e os acontecimentos internos dos salões do Gala Gay? Por estarem em casa, tomando refrigerantes, sentadinhos, não estão a se adoecerem? Perdoem-me os sanitaristas do MEB, mas voces precisam estudar mais a doutrina e se meterem menos na vida dos outros.

Se são palavras duras? São sim, pois já estou farto de escutar apologias ao mal inexistente como se todos fossemos ignorantes que pudéssemos ser enganados por falácias descompromissadas para com a doutrina.

Somos portadores de duas faculdades: Raciocínio e Livre Arbítrio, nossos atos e pensamentos são de ordem própria, se de um lado vale o aviso o lembrete desindexado dessa alegoria mal feita, do outro cumpre-nos enquanto espíritas, velarmos por nossa própria conduta e não ficarmos a passar de irmãos celestiais, ou mesmo de interpretes do que nem bem conhecemos: A Doutrina Espírita. "Disse o filósofo(instrução em resposta à pergunta do Livro dos Espíritas) conhece-te a ti mesmo". Tal instrução levada a efeito a todo momento nos deixa por assim dizer, menos afeitos a sermos acometidos desse pretenso arrastamento oriundo do período de Momo.

Talvez tenha sido por este motivo que há muito tempo atrás o Espírito Verdade nos tenha indicado estas palavras: "Espíritas. Instruí-vos".

Muita Paz.

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